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No Ceará, petróleo que causa estrago no litoral é reaproveitado no sertão
Material é misturado a outros tipos de resíduos industriais que alimentam o forno da fábrica. Óleo serve como um combustível alternativo.
No Ceará, o petróleo que tem provocado estragos no litoral tem sido reaproveitado no sertão.
Duzentos quilômetros separam as praias de Fortaleza de uma indústria em Quixeré. A fábrica de cimento está recebendo todo o óleo retirado das praias no Ceará. Quatro toneladas até agora. Quando chega o material, ele é misturado a outros tipos de resíduos industriais que alimentam o forno da fábrica. Serve como um combustível alternativo e vai ser completamente consumido pelo calor de até 2 mil graus, sem deixar resíduos.
“Quando a gente percebeu que esse óleo tava chegando às praias do nordeste e isso é, de uma certa forma, um combustível alternativo; nós contatamos os órgãos ambientais, não somente do Ceará, mas, também do Rio Grande do Norte e Pernambuco e nós oferecemos pra fazer o coprocessamento desse material que basicamente é a substituição da nossa matriz energética por esse óleo que estava sendo coletado nas praias da região Nordeste”, conta Marco Aurélio da Silva, gerente de produção.
A iniciativa da indústria do Ceará pode ser repetida em outras 35 fábricas de cimento do país, licenciadas para este tipo de produção.
“É a solução ambientalmente correta: evita que esse óleo vá para lixões, para aterros, para incineradores; que causaria outros problemas pra natureza”, destaca João Butkus, diretor industrial.
Os animais são os que mais sofrem com o problema. Das 12 tartarugas encontradas com óleo no Ceará, só uma sobreviveu.
Além da limpeza, a Lolô passou por um tratamento veterinário a base de medicação. Esse tratamento terminou na semana passada, ou seja, ela está em alta. Mas, por enquanto, vai ter que continuar em um tanque recebendo alimentação e não pode ser devolvida à praia enquanto a mancha de óleo continuar sendo uma ameaça ao litoral nordestino.
“Para gente evitar o risco desse animal se deparar com uma nova mancha de óleo se ele for solto. Então a gente vai ter que aguardar mais um tempo até a situação ser estabilizada e destinar ela pra soltura”, conta Vitor Luiz Carvalho, veterinário.
Fonte: Jornal Nacional / G1