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Central nuclear de Three Mile Island vai ser encerrada, 40 anos depois de um dos piores acidentes da história
Razões económicas estão na origem do encerramento da central nuclear no estado da Pensilvânia. Há anos que a empresa que a gere, a Exelon Generation, vem perdendo dinheiro e o pedido de ajuda financeira que fez ao Estado norte-americano foi negado
Ninguém esquece o que aconteceu há 40 anos na central nuclear de Three Mile Island, no estado norte-americano da Pensilvânia, mas talvez agora se possa tentar encerrar o último capítulo de uma história que envolve acidentes nucleares, um dos piores da história dos EUA, aliás. Esta quinta-feira foi anunciado o encerramento do único reator nuclear que ainda se encontrava operacional na central.
Razões económicas estiveram na origem da decisão — há anos que a empresa que gere a central, a Exelon Generation, vem perdendo dinheiro e o pedido de ajuda financeira que fez ao Estado norte-americano foi negado. “Esperávamos que os legisladores apoiassem a energia nuclear, sem carvão, tal como defendem outras formas de energia, para evitar o fecho”, afirmou o vice-presidente da empresa em comunicado citado pelo “New York Times”. “É um dia difícil para os nossos empregados”, disse ainda Bryan Hanson, segundo o qual os trabalhadores da central têm emprego assegurado noutros lugares onde a Exelon tem instalações, se assim o quiserem. A central, localizada na margem do rio Susquehanna, a cerca de 150 quilómetros das cidades de Filadélfia e Baltimore, irá encerrar a 30 de setembro.
O reator onde se deu o acidente de há 40 anos não é propriedade da Exelon e encontrava-se desativado quando a empresa adquiriu a central. No entanto, para os habitantes que moram nas suas redondezas nunca deixou de suscitar reações de “pânico e medo” desde que ali aconteceu o acidente nuclear, no dia 28 de março de 1979, refere o “New York Times”. Na manhã desse dia, e devido a uma falha mecânica, o reator sobreaqueceu; a temperatura continuou a subir depois de uma válvula ter levado erradamente os operadores a parar a emergência através da refrigeração da água. Houve um colapso parcial e a central ficou em crise durante alguns dias, tendo sido depois libertada radiação propositadamente para aliviar a pressão dentro do sistema.
A informação sobre o que havia acontecido chegou à população a conta-gotas e esta circunstância acabou por gerar algum pânico. Não houve mortes, mas mais de 140 mil pessoas tiveram de ser retiradas da zona. Vários estudos realizados nos anos seguintes mostraram que os efeitos do acidente na saúde foram negligenciados, embora haja quem conteste esta perspetiva. Positiva foi a criação de nova regulamentação de segurança a que ficaram obrigadas a cumprir as restantes centrais nucleares do país (atualmente há 60 em atividade e 98 reatores em funcionamento).
Uma das principais questões agora, conforme expressada pelo presidente do grupo de monitorização que foi criado depois do acidente nuclear, é a de saber que destino dar aos materiais e resíduos perigosos da central. Segundo Eric Epstein, os esforços de limpeza devem ser a prioridade, podendo até isso possibilitar aos trabalhadores da central não perder o emprego. “Este não é um momento de celebração. É hora de olhar para a realidade. Há uma central nuclear que precisa de ser limpa e isso implica entrar numa longa e desafiante fase.”
Fonte: Expresso