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Mancha de óleo atinge foz do rio São Francisco em Alagoas

Material foi localizado durante vistoria feita por equipes do Ibama e da Marinha

A foz do Rio São Francisco, em Piaçabulu, no litoral de Alagoas, foi atingida pela mancha de óleo de origem ainda desconhecida que se espalha pela costa do Nordeste. Segundo levantamento do  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), até agora já foram atingidas 132 praias em 61 cidades dos nove estados da região.

Há um mês, manchas oleosas começaram a surgir em praias do nordeste e já poluem os nove estados da região. A Petrobras informou que o material é petróleo cru e que os substratos não correspondem aos encontrados no petróleo extraído no Brasil.

A mancha encontrada na foz do São Francisco, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), está fixada em um ponto da areia da praia, a cerca de 150 metros do rio. O Ibama ainda não divulgou o tamanho da mancha, mas disse que é uma concentração de material em um único ponto.

Equipes do Ibama foram hoje até o local para avaliar a presença do material. A Petrobras será acionada para realizar a limpeza da área para que não haja risco de o material se espalhar na foz do São Francisco.

A praia do Pontal do Peba, que fica vizinho à foz, dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) de Piaçabuçu, teve extensa faixa de areia coberta por manchas de óleo, no final da maré alta do último sábado (5), por volta das 11h da manhã. O material também chegou no mesmo dia ao Pontal do Coruripe, no município de Coruripe (AL). As prefeituras de Piaçabuçu e de Coruripe fizeram a retirada no material ontem, com uso de máquinas retroescavadeiras.

“O padrão dessa mancha ao longo da costa é que em praias oleadas apareceu em forma de vestígios, de material quebrado. Mas tanto a de Aracaju quanto essa do Pontal do Coruripe, têm forma concentrada de 100 a 200 metros, com a mancha principal. São manchas enormes, do tamanho de um carro, e a onda foi rasgando um pouco”, explica o coordenador de atendimento a acidentes tecnológicos do Ibama Marcelo Amorim.

Passado um mês das primeiras manchas encontradas em Pernambuco, autoridades não conseguiram detectar ainda a origem do óleo que vem poluindo a costa do Nordeste. Até agora, sabe-se que as manchas são causadas pelo mesmo material.

Chegada das manchas no litoral do nordeste

As primeiras manchas surgiram no litoral de Pernambuco, no início de setembro. Depois, material semelhante foi encontrado na Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e se espalhando para o Ceará, Piauí e Maranhão. Por fim, o material chegou ao estado da Bahia no último dia 3.

O governo de Sergipe decretou estado de emergência nos municípios atingidos pelo óleo. As medidas tomadas foram tomadas por conta do surgimento de extensa mancha de óleo na praia dos Artistas, em Coroa do Meio. A praia foi interditada devido à presença do material, que é tóxico. Segundo a Adema (Administração Estadual do Meio Ambiente), esta é a maior concentração da substância já encontrada nos nove estados nordestinos afetados pelo derramamento de petróleo cru desde o mês passado.

A Petrobras afirma que o material trata-se de petróleo cru e que não é compatível com substratos extraídos no Brasil.

A fauna marinha está sofrendo com a poluição do petróleo cru encontrado no litoral de todos os estados do Nordeste brasileiro. Pelo menos 12 animais apareceram cobertos com a substância. Onze tartarugas marinhas e uma ave foram resgatadas oleadas, mas apenas quatro tartarugas estão vivas, segundo relatório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) determinou em um decreto, publicado no sábado (5), investigação sobre as causas e de quem é a responsabilidade sobre o derramamento de óleo que vem atingindo a costa nordestina há um mês. No despacho, Bolsonaro determinou que sejam apresentados, no prazo de 48h, dados coletados e as providências tomadas sobre o problema ambiental. A investigação deve ser feita pela Polícia Federal, Comando da Marinha, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

A Polícia Federal instaurou inquérito, no último dia 2, para investigar o derramamento de óleo no litoral do Nordeste. O MPF (Ministério Público Federal) no estado também apura o desastre ambiental.

Fonte: UOL

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