Evanildo da Silveira De Vera Cruz (RS) para a BBC News Brasil Não é fato…
Celulares apreendidos em presídios viram matéria-prima para alunos de cursos de tecnologia
Aparelhos passam a ser destinados para jovens do Centro de Recondicionamento de Computadores do Recife (CRC). Antes, equipamentos eram destruídos.
Por Clarissa Góes, TV Globo
Os celulares apreendidos nas entradas e revistas das unidades prisionais de Pernambuco vão servir de matéria-prima para jovens que realizam cursos de tecnologias sustentáveis em um instituto sediado no Recife. O anúncio foi feito pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) nesta quarta-feira (17).
Antes dessa medida, os celulares eram destruídos ao fim das investigações. O termo de cooperação técnica foi assinado nesta quarta-feira (17), na sede do Centro de Recondicionamento de Computadores do Recife (CRC), no bairro de Dois Unidos, no Recife.
“Não podemos ficar com o lixo eletrônico que vem das unidades prisionais, nem comprometer o meio ambiente jogando o resíduo fora. Trazendo para o CRC, os objetos são desmontados e reutilizados desde o metal até o plástico. Além disso, damos aos jovens uma oportunidade de empregabilidade”, explica o secretário Pedro Eurico.
O CRC existe há 10 anos e, nesse período, já atendeu mais de 15 mil jovens. A ONG oferece cursos e oficinas a estudantes do ensino médio de escolas públicas e em situação de vulnerabilidade social.
Nas mãos dos estudantes, os celulares se transformam em novas possibilidades. No CRC, uma bengala que auxilia deficientes visuais foi fruto do aproveitamento do vibra call de um desses aparelhos. Ao se aproximar de um objeto, um dispositivo sonoro apita alertando sobre a possibilidade de choque entre a pessoa e o elemento.
O aluno Robson Valentim da Silva, de 17 anos, frequenta o centro há dois meses e já tem um plano em mente. Ele participa de um projeto para desenvolver uma impressora 3D. “A gente pode fazer diversas coisas, desde colares, brincos, até consertar celulares. Agora, estamos pegando peças para a impressora. Queremos fazer programação e usar o chip de memória”, conta o estudante.
O diretor executivo do CRC, Sávio de França, afirma que a proposta da SDJH é alinhada com a instituição.
“Vamos conseguir prestar um serviço para a correta destinação desses materiais a partir do momento que eles chegam aqui. Existe um processo de triagem para que tenham um uso nobre, mesmo sendo o uso do seu desmonte. Os aparelhos se transformam em processos pedagógicos dentro da nossa estrutura”, explica.
Fonte: G1